Estudo Bíblico, Necessidade ou opção

 Os cristãos de todos os tempos têm reconhecido que a Bíblia é um livro singular. A Bíblia é, ao mesmo tempo, o livro mais humano e divino de toda a literatura mundial.
Por um lado, a Bíblia retrata o ser humano com todas as suas potencialidades e limitações, inclusive em sua degradação mais profunda. E ela faz isso através dos mais variados gêneros literários que a genialidade humana foi capaz de criar, desde a epopéia, a narrativa histórica e a dramaturgia até a poesia lírica e a literatura apocalíptica. Por outro lado, a Bíblia traz o testemunho de que é a palavra “inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”, na qual temos “a vida eterna”, pois é ela que testifica do Salvador Jesus Cristo (2Tm 3.16; Jo 5.39; cf. Jo 20.30-31).
Por isso mesmo, em todo o mundo, não pára de haver experiências pessoais em que a mera leitura ou audição da Bíblia leva o ser humano a confrontar-se com as suas limitações mais profundas e a perceber o amor de Deus, revelado em sua forma mais dramática na entrega de Jesus Cristo ao sofrimento e à morte. Com isso, acende-se nele a esperança num Deus que se compadece e perdoa, dando início a uma vida de mudança radical em relação aos que o cercam e que, ao final, ultrapassa os limites da morte. Isso acontece porque, pela ação poderosa do Espírito de Deus, “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12; cf. Rm 15.4).
Então, se é verdade que a Bíblia é tão clara, que, ao lê-la, uma pessoa pode experimentar a transformação de Deus em sua vida, por que é necessária uma escola Bíblica Dominical ou culto de ensino ou mesmo de Bíblia de Estudo?
Com certeza, não há nada que substitua a leitura do próprio texto bíblico, pois nada que se possa falar a respeito de Deus é capaz de se igualar à palavra do próprio Deus, revelada na Bíblia. No entanto, a Bíblia também está cheia de exemplos em que o Espírito Santo usou certas pessoas como instrumentos para levar a mensagem de Deus para outras pessoas. Um desses exemplos está relatado em Atos dos Apóstolos, capítulo 8. Diz o texto que foi o Espírito que disse a Filipe para aproximar-se do carro em que o oficial de Candace, rainha dos etíopes, vinha lendo o livro de Isaías. Filipe se aproximou e lhe perguntou: “Compreendes o que vens lendo?” (At 8.30) E o oficial lhe respondeu: “Como poderei entender, se alguém não me explicar?” (At 8.31) Filipe, então, subiu no carro e mostrou-lhe que a passagem de Isaías que ele vinha lendo (Is 53.7-8) referia-se a Jesus (At 8.32-35). Portanto, por meio do auxílio de Filipe, o oficial etíope veio a conhecer Jesus e tornou-se um cristão (At 8.36-39).
Em conclusão, resta rogar a Deus e desejar que todo leitor da Bíblia estude-a com zelo e diligentemente e, a exemplo do oficial etíope mencionado em Atos dos Apóstolos, ao se valer dos seus estudos, possa ser abençoado de tal maneira, que vá “seguindo o seu caminho, cheio de júbilo” (At 8.39).

A Serviço da Igreja de Cristo na terra,

Graça, paz e properidade

Irmão Carlos.

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